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Vision-Box, empresa portuguesa, utiliza a biométrica facial para a aviação e controlo de fronteiras

As eGates, ou portas electrónicas, no aeroporto da Portela, utilizam a biométrica facial para avaliar se a cara do passageiro e a fotografia do passaporte electrónico ou cartão do cidadão são a mesma pessoa. O sistema é mais fiável, e quem viaja ganha em comodidade. A solução foi desenvolvida pela Vision-Box, uma empresa portuguesa.
“Estamos a falar de uma modernização muito significativa dos processos nos aeroportos. Até agora, um guarda fronteiriço olhava para o nosso passaporte, olhava para a nossa cara, e decidia se o documento era autêntico. Hoje isso faz-se de forma automática”, afirma Catarina Meleiro, communications manager da empresa, com sede em Alfragide.
Esta é a nova realidade, não só em Lisboa, como em cada vez mais aeroportos no mundo. “São 60 aeroportos que já aderiram à nossa tecnologia, mais de 10 nos Estados Unidos, mais de 10 no Reino Unido, aeroportos dos mais reconhecidos a nível mundial, como Schiphol, em Amesterdão, JFK , nos EUA, Sidney… “.
As soluções para a aviação e controlo de fronteiras representam 80% da facturação da Vision-Box, criada em 2001 por Bento Correia e Miguel Leitmann, dois antigos investigadores do INETI – Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação. Mas a empresa actua também no sector da gestão da identidade, tendo desempenhado um papel importante no lançamento do cartão do cidadão e passaporte electrónico em Portugal, há quase uma década. Entretanto, já foram implementadas mais de três mil soluções dessa natureza, em vários países.

Passageiro ‘self-service’
Vencedora do Prémio Inovação Cotec-BPI 2015, a Investigação & Desenvolvimento é uma área chave. A empresa tem 275 trabalhadores, entre eles 35 engenheiros de ‘software’, cinco dos quais dedicados exclusivamente às actividades de inovação. “Todo o desenvolvimento de ‘software’ e ‘hardware’ é feito internamente pela Vision-Box. Dessa forma, dominando 100% a cadeia de valor, estamos numa posição mais confortável para responder aos desafios dos nossos clientes, que são muito exigentes”, explica Rui Nunes, director de desenvolvimento de ‘software’.
O ‘know-how’ acumulado em 14 anos de existência, permitiu à Vision-Box criar um sistema que revoluciona a forma como os passageiros se movimentam num aeroporto. “O projecto ‘Happy Flow’ é muito importante para a empresa, e tem a ver com a centralização de dados de forma a que as pessoas no aeroporto utilizem um documento apenas uma vez, na altura do ‘check-in’. E depois, em todos os pontos de controlo seguintes, exige-se apenas a presença física.Toda a parte biométrica ocorre ‘behind the scenes’, de forma automática”.
Este sistema começou a funcionar em Maio no aeroporto de Aruba, nas Caraíbas, no âmbito de um projecto-piloto levado a cabo por um consórcio, desde 2013, participado pelo aeroporto de Schiphol, a KLM, e os governos de Aruba e da Holanda. Um sistema em que parece que todos ganham: governos, aeroportos e companhias aéreas.
“Desde que implementámos o projecto-piloto em Aruba, com ligação a Amesterdão, é a primeira vez que todos os ‘stakeholders’, todos os responsáveis dessa indústria, falam de forma colaborativa.Daqui a um ano já poderemos ver novos projectos no mercado, muito mais abrangentes, com essa abordagem desde o ‘check-in’, controlo de fronteiras, embarque e controle de segurança, utilizando a biometria como meio único de verificação dos dados do passageiro “, afirma Jeff Lennon, vice-presidente para o negócio global.
Uma solução que também poderá vir a ser instalada nos aeroportos portugueses. “Já estamos a avaliar. A ANA, VINCI e o SEF são ‘stakeholders’ importantes para nós, clientes históricos. Já fizémos uma gestão de pilotos para as fronteiras inteligentes na Europa – ‘smart borders’. Ficaram muito entusiasmados com as capacidades da nossa solução, e já estamos em discussões para implementar potencialmente um piloto”.
Mas o mercado nacional tem pouca expressão nas contas da empresa. 98% do negócio é gerado no exterior. Com subsidiárias na Austrália, Hong Kong, Dubai, Holanda, Inglaterra, EUA e Brasil, a Vison-Box é líder no mercado de controlo automatizado de fronteiras. Compete com grandes multinacionais, mas quer continuar na dianteira. “Temos como ambição continuar a gerir a liderança, sempre como um ‘challenger’ – somos muito humildes –, sempre com muita capacidade de conquista. Já estamos presentes em mais de 120 países, mas o mercado não pára de crescer. A divulgação do passaporte electrónico é uma rampa para o nosso desenvolvimento”.
Existem à volta de 700 milhões de passaportes electrónicos em circulação no mundo.Um número que está aumentar. Para a Vision-Box, quanto mais, melhor. Disso também depende o crescimento futuro da empresa.

Carla Alves Ribeiro, adaptação do texto publicado na página de internet “Economico
(17 Novembro 2015)

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