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Cabo Verde – A assistência em escala será assegurada pela Cabo Verde Handling

«Já está criada a Cabo Verde Handling, a empresa que irá assegurar a assistência em terra a aeronaves, passageiros, bagagem, carga e correio. O Governo separa assim os serviços de handling e assistência da TACV, mas a nova empresa vai continuar nas mãos da Transportadora Aérea Cabo-verdiana, até que haja um comprador.

A Cabo Verde Handling tem um capital social de 188 mil contos, conforme se pode ler no artigo 3º do decreto lei que cria a empresa: “o capital social da Cabo Verde Handling, subscrito integralmente pela TACV, é de 188.000.000$00 (cento e oitenta e oito milhões de escudos), correspondente ao valor dos bens e equipamentos afectos à actividade de escala e assistência em terra, desintegrados do património da Empresa Pública dos Transportes Aéreos, TACV, S.A., também designada abreviadamente TACV, representando 188.000 (cento e oitenta e oito mil) acções, de 1.000$00 (mil escudos) cada uma”.
Apesar disso não há muitas mudanças. A Cabo Verde Handling vai continuar nas mãos da TACV, até que surja um comprador. Ao que parece a ASA é a principal interessada, conforme anunciou a Ministra das Finanças numa audição recente na comissão especializada de Finanças e Orçamento. Os estudos e auditorias feitos até agora indicam que a empresa nacional de Aeroportos e Segurança Aérea tem todas as condições para assegurar os serviços handling. Esta aquisição seria encarada como uma espécie de encontro de contas para saldar as elevadas dívidas que a transportadora aérea tem acumulado junto da ASA.

A criação da Cabo Verde Handling é o primeiro passo para a tão falada privatização da TACV, que deve ser feita em diferentes fases como já anunciou o Governo de José Maria Neves. A primeira etapa deve independentizar a actividade de handling, criando um serviço autónomo. O plano de privatização dos TACV foi estabelecido em 2002. No entanto, como refere o governo no texto agora publicado no Boletim Oficial de 8 de Maio, “não foi possível ainda conseguir a privatização da empresa, tendo em conta a sua situação económica e financeira”.
Entretanto, e conforme anuncia o Decreto-Lei n.º 26/2014 “a evolução estratégica da empresa tornou necessário considerar, ainda na perspectiva da privatização, a reestruturação da empresa, o que constitui o desiderato fundamental das alterações introduzidas pelo presente diploma”. Segundo o mesmo documento, a “presente reestruturação visa modernizar e valorizar a TACV, que é essencial para o futuro da empresa, considerando a necessidade de melhorar a sua situação económica e financeira para que se possa inserir no enquadramento das parcerias à escala global, que caracteriza o actual panorama do transporte aéreo”.
A divisão da empresa, com a criação da Cabo Verde Handling, pretende assim “prosseguir o objectivo determinante de assegurar a viabilidade económica sustentada das duas áreas de negócio principais da empresa”, a de transporte aéreo e a de assistência em escala, “tendo em vista potenciar a modernização da estrutura, da organização, dos processos, do funcionamento e dos sistemas de gestão, bem como do redimensionamento empresarial”.
O documento, porém, não menciona que destino para os trabalhadores de assistência em terra da TACV. Num entrevista concedida ao Jornal A Semana em Dezembro do ano passado, o PCA da ASA Mário Paixão, avançou que pelo menos 300 funcionários deverão ser transferidos, para a ASA.»

artigo publicado na página de internet “A Semana”
(12 Maio 2014)

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