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Ruanda – A portuguesa Mota-Engil reformula projeto do novo aeroporto de Kigali

A construção do novo aeroporto internacional do Ruanda, empreitada a cargo da Mota-Engil, está a ser alvo de alterações ao projeto inicial, garantiu o ministro das Infraestruturas ruandês, que garantiu que a parceria com a construtora portuguesa se mantém.
Mota-Engil assinou, em 2016, um acordo para o financiamento, construção, operação e manutenção do novo Aeroporto Internacional Bugusera, em Kigali, por um período de 25 anos, extensível por mais 15 anos, prevendo um investimento inicial de 418 milhões de dólares (cerca de 375 milhões de euros) na construção. O acordo estava contudo dependente da obtenção de condições de financiamento.
A construção do Aeroporto Internacional Bugusera, na capital ruandesa, um dos projetos emblemáticos do Presidente Paul Kagame, começou em agosto de 2017 e deveria estar concluída em 2020, contudo, a comunicação social local noticiou, no final do ano passado, que a obra estava suspensa para melhorar e, eventualmente, expandir o projeto.
Já em março de 2019, uma delegação do Qatar visitou o Ruanda manifestando o seu interesse na aviação e em investir no novo aeroporto.
Contudo, o ministro das Infraestruturas, Claver Gatete, assegurou hoje que a Mota-Engil está envolvida no processo.
“A Mota-Engil é um parceiro e está envolvida no terreno. A Mota-Engil é um dos investidores do Ruanda, mas não é o único. Temos muitas companhias aqui, da Europa, Estados Unidos, Ásia, empresas chinesas, etc. A Mota-Engil está envolvida no aeroporto e noutras atividades de construção e temos trabalhado com eles de forma muito próxima. É uma boa empresa, que respeitamos, fomos nós que os contactámos. Mas há muitas outras”, adiantou o ministro ruandês num encontro com jornalistas em Kigali.
Contactado pela Lusa, o administrador executivo da Mota-Engil, Manuel Mota, confirmou que estão “a falar com vários parceiros e que as conversas estão a avançar”.
Quanto à obra do aeroporto, Manuel Mota garantiu que “está a andar”, enquanto “as partes estão em conversas”, aguardando ainda pela revisão do plano estratégico por parte da Rwandair, companhia aérea do Ruanda, na sequência de um crescimento bastante acima das previsões anteriores.
Quando o plano revisto estiver finalizado, esclareceu o gestor da empresa portuguesa, “serão definidas as áreas a ser ampliadas e a potencial entrada de novos parceiros na concessão”.
Porém, Manuel Mota admitiu que os trabalhos nos quais a revisão do plano poderá ter impacto, “nomeadamente o terminal”, estão em espera.
Já as componentes da obra que não sofrem ou terão menor impacto com a revisão do plano, como a pista, “continuam a andar”, acrescentou.
O ministro das Infraestruturas do Ruanda explicou que a construção do aeroporto não parou, mas foi necessário proceder a alterações.
“O que pensámos foi isto: temos um aeroporto que é quase duas vezes o tamanho de Heathrow [Londres] e deve ser desenvolvido para durar muitos anos. Queremos usar da melhor forma [a infraestrutura] e para fazer isso precisamos de um aeroporto de primeira classe”, sublinhou, acrescentando que “quando se faz um erro no início, custa para sempre”, explicou o ministro.
Segundo Claver Gatete, o Governo do Ruanda quer mudar o desenho de alguns componentes, tendo recorrido a especialistas internacionais para o fazer, devendo essas alterações estar concluídas nos próximos meses.
“A partir daí queremos acelerar até à conclusão do aeroporto”, sublinhou.
O governante adiantou que, embora no início se pensasse num aeroporto com capacidade para acomodar 1,7 milhões de passageiros por ano, o tráfego está já nos 1,2 milhões, o que obrigou a reconsiderar as estimativas e redesenhar o aeroporto para aumentar a capacidade.
O ministro ruandês vai participar entre 11 e 14 de junho no 21.º Africa Energy Forum, em Lisboa, mas assegurou que se desloca a Portugal “apenas como orador”.
O objetivo, de acordo com Gatete, é “encontrar os participantes globais do setor da energia para debater os novos modelos, sistemas descentralizados ou ligados à rede, solar”, entre outros. “Queremos trocar ideias e aprender uns com os outros”, afirmou.

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