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Aeroportos nos Açores – ANA/VINCI está a trabalhar em soluções para evitar constrangimentos no verão

«Com o turismo nos Açores em crescimento acelerado e a SATA a bater recordes de transporte de passageiros em alguns meses do ano passado, o presidente da transportadora açoreana, Luís Rodrigues, veio alertar no parlamento regional para os previsíveis constrangimentos no verão nos aeroportos dos Açores, especialmente no aeroporto de Ponta Delgada. Luís Rodrigues, numa intervenção a 24 de fevereiro, alegou que as infraestruturas aeroportuárias dos Açores não têm acompanhado o crescimento de turistas na região, e que por isso há risco de caos no próximo verão, com filas a prolongarem-se pela pista. A ANA, questionada pelo Expresso sobre o congestionamento dos aeroportos, desdramatizou, dizendo que vai haver soluções. “Os aeroportos dos Açores estão a preparar o acolhimento dos passageiros no período de pico com recurso a soluções temporárias”, afirmou fonte oficial da operadora. A SATA explicou que as afirmações do presidente da transportadora decorreram no âmbito de uma audiência na Comissão de Economia em que se discutia o incremento de ligações aéreas para os vários aeroportos da Região. “Neste contexto, Luís Rodrigues procurou chamar a atenção para os limites de cada infraestrutura aeroportuária, dizendo, em suma, que não seria benéfico injetar mais ligações aéreas no destino, sem antes garantir que cada aeroporto tem a capacidade para absorver o fluxo crescente de passageiros”, detalhou fonte oficial.
No parlamento regional o gestor quis chamar a atenção para os esperados constrangimentos. “O aeroporto de Ponta Delgada não tem capacidade para processar, à hora a que os voos internacionais podem chegar, todos os passageiros que vão passar por lá. Aquilo vai rebentar por todos os lados, vai haver chatice da grossa e o produto vai ser péssimo”, avisou Luís Rodrigues, citado pela Lusa.
E precisou: “O SEF [Serviço de Estrangeiros e Fronteiras] não consegue disponibilizar mais agentes, o aeroporto não tem instalações e nós vamos assistir a 600/700 passageiros a chegar, quando há capacidade para processar 150 ou 160 por hora. Vai haver filas pela pista fora”.
As duas principais portas de entrada nas ilhas dos Açores são Ponta Delgada e a Terceira, e é aqui poderá haver maiores constrangimentos, especialmente na primeira, em São Miguel.
Os Açores estão “a crescer muito mais rápido” do que o resto do país em número de turistas, mas os aeroportos “não têm respondido à mesma altura em termos de infraestruturas e de capacidade de pessoal”, lamentou Luís Rodrigues. “Já começou a dar maus resultados em 2021 e este ano vão-se agravar sistematicamente. A experiência não vai ser positiva”, alertou.

ANA quer mais previsibilidade
A ANA Aeroportos de Portugal defende-se dizendo que “tem sido um parceiro ativo do desenvolvimento da acessibilidade e conetividade aérea dos Açores”. E afirma que precisa de ter maior previsibilidade sobre o que vai acontecer à SATA no âmbito do plano de reestruturação – ainda à espera da aprovação de Bruxelas – , para fazer um melhor planeamento.
“O planeamento de desenvolvimento da infraestrutura requer pressupostos estáveis em relação à evolução da atividade das principais companhias aéreas”, afirma fonte oficial da gestora de aeroportos, controlada pela francesa Vinci. E precisou: “Neste momento, a ANA não dispõe de tais pressupostos sobre a operação da SATA, que se encontra num processo de reestruturação sujeito a aprovação da Comissão Europeia”. Sobre uma antiga reivindicação do Faial, que há muito defende um aumento da pista do aeroporto da Horta, a ANA remete para o grupo de trabalho criado para o efeito. “Em relação ao Aeroporto da Horta, a ANA assegurará a construção da RESA (superfície de segurança ao fim da pista), conforme regulamentação em vigor. O tema da eventual ampliação de pista é objeto de análise de viabilidade por parte de grupo de trabalho criado para o efeito e que tem a participação de várias entidades”, afirmou fonte oficial.»

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