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Ground Handling, América do Sul

Aviação comercial brasileira depende da valorização e profissionalização da assistência em terra

O sucesso da aviação comercial brasileira depende diretamente da valorização e profissionalização dos serviços de apoio em solo (assistência em escala). Essa é a opinião de Luis Felipe de Oliveira, CEO da ACI World – Airports Council International, de 2020 a 2024, e ex-diretor da ALTA – Associação de Companhias Aéreas da América Latina e do Caribe. Para ele, ainda falta compreensão por parte de aeroportos e companhias aéreas de que a aviação comercial, vital para a economia brasileira, depende intrinsecamente de uma operação que muitas vezes acontece nos bastidores: o ground handling.
“As Empresas de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo (ESATA) são a espinha dorsal invisível da infraestrutura aeroportuária, garantindo a eficiência, a segurança e a pontualidade que permitem a descolagem da aviação”, disse Oliveira. Segundo o executivo, já está claro que essas empresas são responsáveis ​​por tarefas cruciais como o carregamento correto de bagagens, o abastecimento e o posicionamento preciso das aeronaves, o canal de inspeção (raio-X), o transporte de superfície (de passageiros e tripulantes) e a garantia de uma experiência tranquila para os passageiros, do check-in ao embarque.
Globalmente, práticas para fortalecer os elos da cadeia de suprimentos aeroportuária têm ajudado a alcançar o equilíbrio entre esses elos e também podem ajudar o Brasil a atingir esse objetivo. O ex-CEO da ACI World menciona iniciativas como certificação padronizada e benchmarking, como o CRES, certificação criada pela ABESATA (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo), que estabelece padrões mínimos de qualidade e segurança, fomentando a confiança entre operadores, aeroportos e companhias aéreas.
“O investimento em tecnologia operacional, que inclui sistemas de rastreamento de bagagem, sensores em equipamentos de solo, plataformas de gerenciamento digital e robótica crescente, tem sido crucial para aumentar a eficiência e reduzir erros.” Além disso, Oliveira inclui programas contínuos de treinamento/formação e desenvolvimento de equipes, com foco em segurança, atendimento e sustentabilidade, reconhecidos mundialmente como pilares para elevar os padrões de serviço e reduzir a rotatividade de pessoal.

Alta rotatividade enfraquece as operações
Para o executivo, a falta de valorização da assistência em terra representa riscos significativos, sendo a alta rotatividade um problema crítico enfrentado pelas ESATA em todo o mundo. “A alta rotatividade enfraquece as operações, comprometendo a segurança e a eficiência.” Para combater essa situação, é fundamental desenvolver programas de retenção com foco na carreira, que criem trajetórias de crescimento e reconhecimento dentro das empresas, bem como programas de desenvolvimento de carreira que permitam aos profissionais progredir da rampa para as operações de check-in, por exemplo. É fundamental que a implementação desses programas de retenção seja valorizada pela operadora aérea, pelos aeroportos e por entidades públicas como a ANAC e a Secretaria Nacional de Aviação Civil.
Segundo Oliveira, incentivos regulatórios, digitalização de processos para redução da carga de trabalho manual e automação de atividades críticas também são soluções essenciais para tornar o trabalho mais atrativo e mitigar os impactos da perda de talentos.
“Para garantir a máxima segurança e eficiência, é essencial que as ESATA sejam vistas não apenas como prestadoras de serviços, mas como parceiras estratégicas e essenciais nas operações aeroportuárias“, conclui o ex-diretor da ALTA.

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