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Aeroportos de Portugal (ANA) alvo do interesse da concessionária brasileira CCR

Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR)
ANA Aeroportos

«Concessionária brasileira quer entrar na gestão aeroportuária fora do Brasil. Privatização de aeroportos portugueses é alvo. A Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), uma das maiores empresas gestoras de infraestrutura e concessões da América Latina, está a duas semanas de ingressar em um novo setor estratégico: a gestão de aeroportos.
A decisão será tomada numa assembleia geral extraordinária de acionistas, agendada para o próximo dia 16 em São Paulo, sede da companhia.
A ordem de trabalhos dessa assembleia prevê pelo menos dois pontos importantes. Primeiro, cumprir o plano de dois dos seus principais acionistas – os gigantes Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa – que pretendem transferir e concentrar seus ativos aeroportuários para a CCR.
Estes ativos incluem os aeroportos de Quito (Equador), de San José (Costa Rica) e de Curaçao (Antilhas). Vale lembrar que a CCR ainda avalia se vai entrar na concorrência do novo aeroporto em São Paulo.
Em segundo lugar, os acionistas da CCR irão decidir se aprovam a estratégia de entrar na gestão de infraestrutura aeroportuária fora do Brasil. E, nesse plano, o processo de privatização da Aeroportos de Portugal (ANA) – que o governo português pretende lançar este ano – poderá ser alvo do interesse da CCR.
Confrontada com esse cenário, uma fonte oficial da concessionária brasileira não desmente a possibilidade – e abre mesmo a porta a essa hipótese ao acrescentar que “a aprovação (da entrada no setor dos aeroportos) permitirá que a CCR estude a sua participação em licitações no Brasil e no exterior”.

Reencontro com a Brisa
A eventual corrida da CCR à privatização da Aeroportos de Portugal poderá representar o reencontro – e um duelo com um antigo acionista.
A companhia brasileira teve entre seus controladores, por cerca de 10 anos, a concessionária portuguesa Brisa. A companhia lidera um consórcio que participará do processo de privatização do setor aeroportuário.
Os termos da licitação da Aeroportos de Portugal está em reformulação – o novo Aeroporto Internacional de Lisboa, cuja construção e concessão estavam associadas à privatização da ANA, foi suspenso.
Além disso, um dos principais acionistas da CCR, o grupo Andrade Gutierrez, também já manifestou publicamente seu interesse em concorrer à privatização da Aeroportos de Portugal, bem como participar de outros processos que o governo organizar nos próximos anos.
Otávio Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez (e também do conselho de administração da Oi, que tem participações cruzadas na Portugal Telecom) já assumiu, em entrevista ao Diario Económico, em 30 de novembro, que o grupo estava interessado em participar nos processos de privatização de “águas, correios, a companhia aérea TAP, aeroportos, tudo. Nós fazemos tudo isso de forma bem feita”.
Vários especialistas do setor também dão como certa a participação da Camargo Corrêa, outro grande acionista da CCR, na corrida pela Aeroportos de Portugal.
Procurado, o conglomerado não quis comentar o assunto. Vale lembrar que a Camargo Corrêa já tem fortes investimentos em Portugal, sendo a maior acionista da fabricante de cimentos Cimpor.

Transparência
Para respeitar as regras de transparência do Novo Mercado da BM&FBovespa, onde as ações da CCR são negociadas, a empresa nomeou um comitê independente para analisar a eventual aquisição dos ativos do setor aeroportuário.
O trabalho desse grupo foi concluído em Dezembro. Os diversos consultores e especialistas do comité (incluindo uma equipe do banco suíço UBS) deram um parecer favorável e unânime à compra pela CCR de todos os ativos em análise, avaliados em aproximadamente € 165 milhões.
Respeitando ainda as regras de boa governação impostas pelo Novo Mercado da Bovespa, os acionistas Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa não poderão votar na assembleia geral extraordinária de 16 de janeiro, mas a aprovação da entrada da CCR no setor aeroportuário deverá estar garantida.»

Nuno Miguel Silva, artigo publicado na página de internet “Brasil Economico”
(3 Janeiro 2012)

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