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Bando de gaivotas obriga avião a regressar ao aeroporto da Madeira

“bird strike”
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«Um bando de gaivotas atingiu esta manhã um reactor de um avião da Sata quando descolava da pista, obrigando a aeronave a regressar ao aeroporto. O voo de substituição do 680 com destino a Copenhaga, atrasado devido ao “bird strike”, partiu às 14h56, com recurso a outro aparelho. O Airbus A320, “quando estava na fase de descolagem, com os motores no máximo, embateu com um bando de gaivotas, tendo os pássaros entrado no reactor“, o que obrigou ao regresso da aeronave à pista, relatou o porta-voz da companhia açoriana, José Gamboa.
“A perícia do piloto bastante experiente contribuiu para que a aeronave voltasse à pista com toda normalidade e, sobretudo, com segurança para os passageiros”, acrescentou. A bordo do avião, pilotado pelo comandante Timóteo Costa, natural da Madeira e profundo conhecedor deste aeroporto, encontravam-se 104 passageiros, além da tripulação.
“Não houve danos pessoais”, garantiu o representante da Sata que lamentou uma “situação que não pode acontecer”. As aves estavam poisadas na cabeceira leste e levantaram com a turbulência e barulho dos motores precisamente no momento em que o avião descolava da pista no sentido Funchal-Machico.
Por seu lado Duarte Ferreira, administrador da empresa gestora dos aeroportos da Madeira (ANAM), assegurou que o aeroporto “cumpre todas as normas de segurança”, dispondo de “equipamentos, ultra-sons e canhões de gás, para afugentar as aves” que “são activados conforme as circunstâncias e meios humanos disponíveis”.
Dispõe também ao seu serviço de caçadores que foram contratos há cerca de seis meses, para substituir uma equipa de agentes da PSP que nos dois últimos anos efectuava essa operação. A participação desta corporação nas actividades de controlo da vida animal nos aeroportos da Madeira e do Porto Santo foi “feita a título excepcional e temporário, até que o processo de licenciamento dos nossos funcionários encarregues dessa monitorização e controlo estivesse concluído”, adiantou o administrador da ANAM.
Recorde-se que há menos de três meses, a 27 de Março passado, uma ave de grande porte penetrou num dos reactores de um avião easyJet aquando da aterragem de um voo Lisboa – Funchal. O motor do avião teve danos significativos, impossibilitando-o de efectuar o voo de regresso. A companhia aérea inglesa enviou um outro avião, proveniente de Londres, para substituir a aeronave que ficou avariada na placa do aeroporto.
Também a 6 de Março do ano passado, a entrada de uma ave num dos motores de um avião que seguia para Lisboa obrigou o piloto a regressar ao aeroporto da Madeira poucos minutos após a descolagem. O incidente ocorreu com um avião da TAP, tendo os passageiros sentido uma forte turbulência, antes de o avião descrever uma curva para a direita e regressar à pista.»

Tolentino de Nóbrega, artigo publicado no jornal “Público”
(20 Junho 2011)

GPIAA – Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves

PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO DE INCIDENTE COM AERONAVE

PROCESSO Nº 07/INCID/2011
Data/Hora (UTC): 2011-06-20; 08:22 Local: Aeroporto da Madeira (LPMA)
Aeronave Tipo: Airbus A-320 Matrícula: CS-TKJ Nº de série: 0795
Operador SATA Internacional
Origem/Destino Madeira (LPMA) – Copenhaga (EKCH)
Pessoas a bordo 7 / 105
Danos na aeronave: Danos graves em ambos os motores (pás da fan danificadas)

BREVE DESCRIÇÃO:
Durante a manobra de descolagem na pista 05, no momento da rotação, a aeronave colidiu com um bando de gaivotas que embateram na fuselagem, motores, asas e trem de aterragem.
De imediato foram sentidas e registadas vibrações de grande amplitude em ambos os motores, embora sem perda significativa de potência.
A descolagem foi continuada até à altitude de segurança e, tomada a decisão de aterrar de imediato, a tripulação efectuou os procedimentos recomendados e aterrou, com uma massa bruta superior à massa máxima para aterragem (ALM de 68.100kgs para 64.500kgs de MLM), na mesma pista de onde descolara alguns minutos antes.
A aterragem decorreu sem problemas e o avião rolou para o estacionamento, pelos seus próprios meios.
Durante a rolagem a Torre de Controlo informou a tripulação de que a porta do porão de carga da frente se encontrava aberta, o que foi confirmado pelas indicações na cabina de pilotagem (ECAM).
Uma inspecção visual à aeronave detectou diversas marcas de sangue em várias partes da aeronave e deformações em diversas pás da fan, de ambos os motores. Foi efectuada uma inspecção boroscópica a vários andares dos compressores e câmaras de combustão, não tendo sido detectados danos nesses componentes.

Efectuada a avaliação da situação, nos termos do Anexo ao Regulamento (EU) Nº 996/2010, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de Outubro de 2010, do AIP Portugal (ENR 1.14) e do Apêndice C ao Anexo 13 da OACI, o evento foi classificado como Incidente Grave e o Director do GPIAA determinou a abertura de um processo de investigação de incidente.

 

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