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Brasil – IATA alerta Brasil a crescer sua competitividade aérea

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«A indústria aérea brasileira tem potencial para se tornar um grande player mundial. Para isso, o país precisa adotar mudanças em sua política internacional de aviação. Essa foi a principal mensagem deixada por Giovani Bisignani, diretor Geral e CEO da International Air Transport Association (Iata), nesta terça-feira (15/03) em palestra na Câmara de Comércio Britânica, em São Paulo. “O Brasil já é o quarto maior mercado doméstico do mundo no segmento da aviação. No entanto, ele está apenas em 37º lugar no âmbito internacional. Essa situação desproporcional só poderá ser alterada com a melhora da competitividade aérea”, afirmou Bisignani.
A Iata está disposta a atuar para contribuir para esse processo, atuando como consultora. De acordo com o CEO, o crescimento estável da economia e o do nível de confiança no Brasil devem ser utilizados para que mudanças estruturais e regulatórias sejam realizadas. “O modelo de controle os aeroportos no país, por exemplo é ineficaz. São Paulo, que responde por 25% do tráfego de passageiros do Brasil, trabalha com pouca capacidade. Sem transformações rápidas, o Brasil não conseguirá atingir o padrão de serviço estipulado pela Fifa para a Copa do Mundo e isso poderá destruir a credibilidade do país”, explicou Bisignani.
O CEO ressaltou que as concessões para administração dos aeroportos podem ser um caminho a ser seguido, mas acompanhadas de uma regulação transparente, independente e rigorosa. Ele cita como exemplo a Índia, que após definir um processo estratégico para a aviação ergueu um aeroporto com capacidade para 35 milhões de passageiros em 36 meses. “O tempo está passando e o Brasil precisa de um plano de investimento aprovado rapidamente. Acredito que o novo governo brasileiro está empenhado em mudar esse cenário e a criação da Secretaria de Aviação Civil significa uma boa oportunidade”, destacou Bisignani.
Entre as mudanças definidas pela Iata estão: a abolição da sobretaxa de 50% sobre as tarifas e da prática de preços mais altos em horários de pico; a redução da cobrança de impostos para as empresas aéreas internacionais e dos preços do combustível. Segundo Giovani Bisignani, embora tenha-se eliminado cerca de US$ 100 milhões em impostos de PIS/Cofins sobre os combustíveis em 2009, o valor práticado no Brasil é ainda 14% maior do verificado no restante da América Latina. “É preciso eficiência na gestão do tráfego aéreo e para isso os recursos devem ser aplicados corretamente“, declarou. Enquanto, globalmente o combustível representa 29% do custo operacional das companhias aéreas; no Brasil, este número sobe para 37%.
Paralelamente a essas medidas, o Brasil deve apoiar ações para redução de emissões de CO2. Apesar da indústria aérea ser responsável por apenas 2% de liberação de carbono na atmosfera, novas iniciativas, de acordo com o CEO da Iata, são bem vindas. Até 2020, o segmento de aviação está comprometido a melhorar a eficiência de consumo de combustível em 1,5%. “Esse índice chegará a 50% até 2050. Para isso ocorrer com sucesso no país a solução é o uso de biocombustível, atividade que já vem sendo feita por empresas brasileiras como a Tam”, declarou.
Dados mundiais – A Iata registrou no ano de 2010 uma receita de US$ 16 bilhões para as empresas aéreas associadas. O número é positivo, especialmente depois de uma perda de lucro de US$ 50 bilhões no ano anterior. Para este ano, a situação não deve prevalecer. O motivo: o impacto do preço do combustível com as crises de governo no Oriente Médio. A estimativa é que essa receita gire em torno de US$ 8,6 bilhões. Quanto às políticas implantadas pela associação nos últimos anos – aumento na presença de pequenas companhias aéreas e a simplificação dos negócios – a Iata gerou uma economia de US$ 17 bilhões para a indústria. No período de 2004 a 2009, essa economia foi de US$ 50 bilhões.
Saída – Giovani Bisignani fez sua última visita ao Brasil como diretor geral e CEO da Iata. Após dez anos no cargo, o executivo deixa da entidade no mês de julho. Ele ficará sediado em Londres. Seu substituto será Tony Tyler, CEO da Cathay Pacific.»

Leila Melo, artigo publicado na página de internet “Mercado E Eventos”
(15 Março 2011)

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