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Governo português ainda admite venda da TAP a Efromovich

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«O Governo não descarta vender a TAP a Gérman Efromovich, o investidor colombo-brasileiro que chegou a fazer uma proposta para comprar a transportadora aérea, que foi rejeitada no final de 2012 por ausência de garantias financeiras.
“Se a melhor proposta para o Estado vier do mesmo investidor que fez uma oferta em Dezembro de 2012 não vejo por que não”, afirmou o secretário de Estado das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações, em entrevista à Bloomberg. Sérgio Monteiro acrescentou que, na altura, o projecto estratégico apresentado por Efromovich para a TAP “era muito bom”.
Sabe-se, aliás, que a proposta do milionário, que é accionista maioritário da companhia colombiana Avianca, foi aprovada pela administração da TAP, que a avaliou do ponto de vista estratégico. A TAP e a Avianca são duas transportadoras muito complementares e, juntas, poderiam reforçar a investida no triângulo Europa-América Latina-África.
No entanto, a oferta de Efromovich não passou no crivo da Parpública, a holding que gere as participações do Estado em empresas e que controla 100% da TAP, e também falhou na avaliação feita pela comissão de acompanhamento da privatização, que era liderada por Amado da Silva (ex-presidente da Anacom).
A 20 de Dezembro de 2012, o Governo decidiu, em Conselho de Ministros, rejeitar a proposta feita pelo milionário de origem boliviana, filho de pais judeus que emigraram para o Brasil, por não ter garantias financeiras de que Efromovich detinha o capital necessário para avançar com a compra, que pressupunha não só assumir a dívida da TAP (que rondava os mil milhões de euros), como também investimentos futuros, na aquisição de aviões, por exemplo.
Sérgio Monteiro afirmou à Bloomberg que o Governo poderá relançar a venda da TAP em 2014. No relatório do Fundo Monetário Internacional sobre a oitava e nova avaliações do programa de ajustamento, divulgado recentemente, foi anexada uma carta de intenções do executivo, em que este afirmava que iria tentar privatizar a empresa em bloco (ou seja, não só o negócio da aviação, mas também as participadas do grupo, incluindo a deficitária unidade de manutenção no Brasil).
Efromovich tem sido visita regular do Ministério da Economia desde que a sua oferta falhou e tem mostrado interesse em entrar novamente na corrida à TAP. Questionado sobre o interesse do investidor na companhia, o secretário de Estado respondeu apenas que “têm reuniões regulares com muitas pessoas interessadas em diferentes empresas”.
No entanto, e ao que o PÚBLICO apurou, o Governo não vê com bons olhos ter Efromovich como comprador da TAP, pelo histórico que já tem com este investidor. Além disso, será sempre importante que esta privatização consiga atrair mais candidatos, tornando-se num processo mais competitivo e, com isso, gerando mais encaixe para o Estado.
A venda da TAP foi acordada com a troika, ao abrigo do programa de ajustamento. Até agora, o Governo já concretizou a alienação das participações que detinha na REN e na EDP e também de 100% da gestora aeroportuária ANA, encontrando-se neste momento a decorrer a oferta pública de venda dos CTT.»

Raquel Almeida Correia, artigo publicado no jornal “Público
(20 Novembro 2013)

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