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TAP já começou a receber propostas para vender a Groundforce

«Alienação da empresa de handling está para breve. Concorrente suíça Swissport, detida pelos espanhóis da Ferrovial, confirma interesse.
A venda da Groundforce está para breve. Nas últimas semanas, a TAP começou a receber propostas concretas de potenciais interessados na operadora de handling, cujos prejuízos chegaram a 35,7 milhões de euros em 2010.
Depois do anúncio do encerramento da base de Faro, o administrador da empresa, detida em 49,9 por cento pela transportadora aérea estatal, afirma, em entrevista ao PÚBLICO, que se pondera um cenário de alienação total. A concorrente Swissport confirmou que também está na corrida.
O actual líder da Groundforce, Fernando Melo, tinha agendado uma reunião com os sindicatos para hoje e na qual seria discutida a revisão do Acordo de Empresa (AE), que é encarada, pela actual equipa de administração, como indispensável para viabilizar a empresa.
Ontem, o gestor cancelou o encontro, justificando a decisão com o facto de “nas últimas semanas o processo de venda da empresa” ter tido “desenvolvimentos significativos”, lê-se num e-mail enviado aos representantes dos trabalhadores, a que o PÚBLICO teve acesso.
Esses desenvolvimentos, que impuseram o “adiamento” das negociações sobre o AE, dizem respeito à concretização de propostas de compra da operadora de handling, que encerra, no final do mês, a operação em Faro.
Confrontado pelo PÚBLICO, Fernando Melo avançou que “nas últimas semanas os potenciais interessados começaram a entregar propostas, que estão a ser analisadas”, sem revelar os nomes das empresas na corrida.
Adiantou, porém, que já há “condições que fazem prever um desfecho para breve” do processo de venda, “cumprindo-se a obrigatoriedade de a Groundforce ser vendida”.
Recorde-se que foi a Autoridade da Concorrência que impôs essa obrigatoriedade, impedindo a TAP de controlar a totalidade do capital, por criar entraves à concorrência.
O Diário Económico noticiou recentemente que o regulador tinha estipulado, inicialmente, o prazo de um ano para se proceder à alienação, que terminou a 19 de Novembro. Face às dificuldades em avançar com o processo, foi estendido por mais seis meses e, portanto, terminará em meados de Maio.
Em entrevista, Fernando Melo explicou que há “cinco empresas que estão no processo de compra”¸ incluindo operadores do sector e investidores financeiros. E avançou que “qualquer comprador estará interessado em adquirir a empresa pela totalidade”, admitindo que o encerramento da base de Faro tornou o negócio “mais atractivo”.

Swissport confirma interesse
De entre os nomes que têm emergido deste processo, o da operadora de handling suíça Swissport é o mais consensual. Confrontada com os novos desenvolvimentos, esta empresa, que era um braço da Swissair e agora pertence aos espanhóis da Ferrovial, confirmou que “está a par da venda da Groundforce” e que a considera “uma oportunidade” porque “não há muitas possibilidades de compra no sector, neste momento, e tem uma estratégia de expansão na Europa”. Questionada sobre se este investidor teria apresentado uma proposta, a TAP não comenta.
A operadora de handling, que foi separada da transportadora aérea estatal em 2003, registou um prejuízo de 35,7 milhões de euros em 2010, fruto de alterações contabilistas, que vão aumentar o exercício fiscal para 14 meses, e das indemnizações a pagar aos perto de 300 trabalhadores dispensados da base de Faro, estando previsto um gasto total de 12,3 milhões de euros.
Fernando Melo já avisou que haverá novos redimensionamentos da estrutura, afectando apenas trabalhadores temporários, nomeadamente na escala de Lisboa. No entanto, nenhuma operação estará imune, sobretudo porque também as bases da Madeira e do Porto apresentam perdas.
O objectivo do gestor é reduzir os prejuízos para, pelo menos, 10,9 milhões de euros este ano. Mas, se a revisão do AE avançar “num prazo de um a dois meses, a empresa poderá chegar aos cinco milhões”, afirmou. E a meta é sair do vermelho em 2012.
Este seria o cenário ideal para a Groundforce, uma empresa que tem sido penalizada por outros factores. A mudança de accionistas, com a saída atribulada dos espanhóis da Globalia, a excessiva dependência da TAP e a concorrência feroz da Portway, operadora pública que conseguiu atrair as companhias low cost, também explicam a actual situação da operadora de handling, monopolista durante vários anos.»

Raquel Almeida Correia, artigo publicado no jornal “Público”
(8 Fevereiro 2011)


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