«A IATA – Internacional Air Transport Association manteve as previsões de lucros esperados para a indústria da aviação comercial, para o corrente ano, que se situarão nos 3 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros), mas Tony Tyler, CEO da associação, alertou que basta “um desvio de um ponto percentual nas receitas, passamos para perdas de 3 mil milhões”.
A associação que reúne as maiores companhias aéreas do mundo manteve as suas previsões de resultados para 2012, após os ter revisto em baixa em Março último. Recorde-se que no ano passado, a previsão era de 3,6 mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros). Apesar desta manutenção de lucros, estes registam uma quebra de 62,5% face aos 8 mil milhões de lucros registados no ano anterior.
Tony Tyler, CEO da IATA, durante a 68ª AGM (Anual General Meeting) que arrancou hoje em Pequim, alertou: “o estado da nossa indústria é frágil”, uma vez que “as margens continuam muito frágeis”.
Na primeira vez na liderança do AGM, Tyler referiu que apesar de manter as estimativas, as preocupações mantêm-se, não só pela crise europeia, mas devido aos custos que as companhias têm de suportar, bem como ao excesso de regulação.
O CEO da IATA referiu que a maior preocupação continua a ser a crise na Zona Euro e por isso, o sector “tem uma faca apontada”.
Na última década, as receitas da aviação atingiram os 4,6 biliões de dólares (3,6 biliões de euros) e “nós somos das indústrias com o crescimento mais acelerado”, referiu o responsável. E 2012, “será novamente um ano de desafios, onde esperamos receitas de 631 mil milhões de dólares (502,7 mil milhões de euros), com lucros apenas de 3 mil milhões de dólares, com uma margem de 0,5%”, acrescentou Tony Tyler.
O responsável recordou que os preços do petróleo “baixaram ligeiramente, mas esperamos que o preço fique nos 110 dólares por barril e isso deixa a conta nos 207 mil milhões de dólares (164,7 mil milhões de euros), quase o PIB da República Checa”.
“Devíamos ser optimistas, mas não temos garantias”, sublinhou o CEO. Em 2011 viajaram 2,8 mil milhões de pessoas, em 35 mil rotas, em 3.800 aeroportos. E em conjunto “voámos 5,1 biliões de quilómetros”, 34 mil vezes a distância do Sol, segundo os números da IATA.
Tony Tyler sublinhou o papel dos Governos no crescimento da aviação, não por dar apoio financeiro, mas por “ser parceiro”. E no “mundo perfeito teremos um mercado aberto, mas não é o que acontece actualmente”.
O CEO concluiu que o mercado continua a consolidar e a dar sinais de crescimento, mas a necessidade de haver acordos multilaterais tem prejudicado a indústria. Assim, a associação pede “um regime de impostos que não mate a indústria, uma regulamentação que permita o crescimento e infra-estruturas que permitam crescimento”.»
Ana Torres Pereira, artigo publicado na página de internet “Negócios Online“
(11 Junho 2012)
O Presidente do Grupo Emirates atribui os resultados recorde ao sucesso do modelo de negócio da companhia e ao contínuo crescimento do Dubai. Destacou ainda que os lucros serão reinvestidos para aprimorar a ...