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Recordista de aterragens na Madeira deixa a aviação comercial

O comandante Timóteo Costa, a dois dias de completar 65 anos, despede-se esta terça-feira da aviação comercial com o voo entre Jersey e o Funchal, realizado com o Airbus A320 ao serviço da SATA Internacional.
Deixa na sua longa carreira com mais de 47 anos de serviço, dos quais 40 na aviação comercial, 25.500 horas de voo, correspondentes a três anos a voar ininterruptamente. A partir desta idade, “não se pode voar mais como piloto de aviação comercial, mesmo que se queira”, lamenta Timóteo Costa, que completa 65 anos na próxima quinta-feira, dia 24.
Nascido na Santa, Porto Moniz, Timóteo Costa iniciou a sua actividade aeronáutica em 1966 no Aero Clube de Moçambique, em Lourenço Marques, hoje cidade do Maputo. Entre 1966 e 1969 foi despachante de operações de voo da DETA, Companhia Aérea de Moçambique, tendo paralelamente terminado o curso de instrutor de voo no Aero Clube de Moçambique, função que lhe possibilitou adquirir as horas de voo necessárias para obter a licença de piloto comercial de aviões. De 1972 a 1977 foi piloto da DETA, tendo voado no F27 (Friendship), Boeing 737, B720 e B707. De 1979 a 1988 voou na TAAG em Angola, exclusivamente como comandante de B707.
De regresso à Madeira, voou na LAR (Linhas Aéreas Regionais) em Avro (HS 748), na linha Madeira/Porto Santo. De 1989 a 1994 foi piloto na extinta Air Columbus, nos equipamentos B727, B737 e B757. A partir de Novembro de 1995 passa para os quadros da SATA Internacional, pilotando o B737 300/400.
Ultimamente era comandante de Airbus A320, com base na Madeira. Agora quer assentar base na sua ilha natal, continuando a fazer crescer o Aeroclube onde, desde 1997 e por carolice, deu instrução a perto de três dezenas de pilotos, o que o obrigou a fazer, em alguns dias, cerca de 60 aterragens na pista de Santa Catarina.
Foi no aeroporto da Madeira que protagonizou um dos episódios mais marcantes da sua carreira, a 20 de Junho de 2011, quando um bando de gaivotas atingiu o reactor de um avião da SATA que descolava da pista, obrigando a aeronave a regressar ao aeroporto. “A perícia do piloto, bastante experiente, contribuiu para que a aeronave voltasse à pista com toda normalidade e, sobretudo, com segurança para os passageiros”, relatou então ao PÚBLICO o porta-voz da companhia açoriana, José Gamboa, lembrando que a bordo do avião, pilotado pelo comandante Timóteo Costa, profundo conhecedor deste aeroporto, encontravam-se 104 passageiros, além da tripulação.

Fonte: Jornal Público – autor Tolentino de Nóbrega 22/01/2013

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